Meu nome é Fabio Francesconi e vou comentar estes casos, que sim, são mais exuberantes.
Mais uma discussão de casos do Desafio Dezembro Laranja, que tem por objetivo aumentar a sua acurácia diagnóstica com o exame da pele do seu paciente.
Tumores verrucosos. São tumores que usam o que a dermatologia tem de melhor, a morfologia para organizar os diagnósticos diferenciais.
Neste casos estamos falando dos carcinomas verrucosos, que são variantes clínicas do CEC – classicamente tidos como tumores bem diferenciados, localmente agressivos, mas com baixa taxa de metástases
Quando vamos para a literatura, temos três subtipos especiais por sua ocorrência em locais especiais:
1. Papilomatose oral florida quando ocorre na cavidade oral
2. Condiloma gigante de Buschke-Löwenstein quando ocorre na região ano-genital
3. Epithelioma cuniculatum
4. E todos os outros casos são simplesmente chamados de carcinoma verrucoso
Lembrando que classicamente são tidos como tumores bem diferenciados com baixo potencial metastático. E se você vai fazer prova pode parar por aqui, pois a partir de agora quero trazer como eu enxergo o tema.
Já aviso que muito do que vou falar tem relação com a minha vivência em oncologia com muito pouca literatura fundamentando o que vi.
Em relação aos casos de mucosa não vamos elaborar, mas nestes casos eu concordo com a menor taxa de metástase, que é comum nos tumores genitais e orais.
Mas nos casos de Epithelioma cuniculatum e casos cutâneos, aí sim temos muitos pontos interessantes para discussão
O primeiro é a ausência de relação com fotoexposição. Isso nos leva a associar o surgimento do tumor com outros fatores. Trauma é um fator considerado associado, mas ainda sem
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comprovação. Outra forte possibilidade é a relação com cicatriz e inflamação crônica – guarda essa informação.
O segundo aspecto é a agressividade local, que demanda avaliação de acometimento profundo em todos os casos – estou falando de ossos e músculos.
Lembre porém que uma das características dos tumores malignos é a ausência de uniformidade. E com isso em mente devemos lembrar que num mesmo tumor podemos ter além do componente verrucoso outras variações histológicas. E na clínica não é diferente, teremos áreas verrucosas, e outras áreas podemos ter outro aspecto. O mais comum é a apresentação ulcero-vegetante.
Por fim na histologia temos muita inflamação… Linfócitos, neutrófilos e até eosinófilos. O significado não sabemos completamente, mas os eosinófilos parecem apoiar o tumor, agindo contra o próprio corpo.
Com certeza precisamos estudar muito mais estes casos, mas voltemos à cicatriz
Tive muitos casos de carcinoma verrucoso de cicatriz, hanseníase sem sombra de dúvidas foi a principal condição associada. Uma mistura de carcinoma verrucoso e úlcera de marjolin.
Nestes casos era muito comum associação com metástase linfonodal. E agora? Não era raro metástase.
Na minha visão essa frase pegou por causa dos casos mucosos em que temos alta taxa de metástases para linfonodos regionais. No caso da pele, a meta linfática é rara. E na minha prática muitos dos casos de carcinoma verrucoso estavam associados a meta linfonodal e destes vários são carcinoma verrucoso de cicatriz. Logo na minha interpretação o carcinoma verrucoso é sim, um tumor muito agressivo localmente, mas também potencialmente metastatizável
Qual é a sua opinião? Será que eu tenho um viés por ter trabalhado em um hospital de oncologia?
Lembrem do nosso grupo do telegram para discutirmos mais casos e artigos Convidem os seus amigos e amanhã a gente entra na reta final da fase de pontuação Faltam 04 casos…
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