“Aqueles que não lembram o passado estão fadados a repeti-los”
A famosa frase do espanhol Jorge Santayana é muito usada para indicar que muitos dos erros de hoje são decorrentes do desconhecimento do passado. Atualmente a medicina está em um momento único, é o que chamamos aqui no @pele.digital da nova Imunologia. É o resultado de muitos estudos, trabalhos, e de muitos prêmios Nobel. Diante deste cenário vem a pergunta: o que vivenciamos hoje na imunologia reflete um contínuo do conhecimento? Ou estamos finalmente em novos mares, navegando em novos conceitos?
Afirmo: estamos vivenciando novos paradigmas na Imunologia. É natural na medicina considerarmos que o conhecimento atual é uma continuidade do conhecimento anterior. É como se pegássemos o que funciona e abandonássemos o que não funciona para acrescentar os novos conceitos. Essa ideia de que os fatos e teorias seguem uma linha contínua e inquebrável é refutada pelos historiadores, que na língua inglesa é chamada de ‘‘Whig history’’. É o pragmatismo da transição, a crença na transição do conhecimento anterior, como evolução.
A transição meliorística, acredita que a evolução nos levará cada vez mais próximo da perfeição. Fato é que pesquisas e descobertas, muitas vezes são ocorrências do acaso e não continuidade. São novos pontos que inevitavelmente levam a novos rumos. Quero exemplificar com o pai da imunidade celular, Elie Metchnikoff. Ele era zoólogo, evolucionista, filho intelectual de Darwin que num zoológico em seus estudos de embriologia, de animais marinhos observa pela primeira vez a captação intracelular de nutrientes.
16 anos se passam para desenvolver o conceito de fagocitose função exercida pelos fagócitos (grego ‘phago’, significa ‘devorar’, e ‘cytos’, ‘célula’) e assim nasce o macrófago e o micrófago (neutrófilo). Este foi um dos pontos de inserção da complexa teia que forma o nosso conhecimento de imunologia.
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